Quando e porque decidiu fazer enfermagem?
Decidi fazer enfermagem por influência de uma tia-avó, chamada Maria Ribeiro, que era técnica de enfermagem aqui em São Paulo. Ela faleceu em 2018 com 106 anos. Ela ia visitar a irmã dela, minha avó, no Mato Grosso do Sul, onde morávamos, e nesses encontros ela sempre enaltecia a enfermagem. Então fiz faculdade de enfermagem da Universidade Estadual de Maringá, em 1986, e me formei em 1989 - naquela época o curso era integral e era possível concluí-lo em 3 anos e meio.
Qual sua experiência profissional na área?
Assim que me formei vim para São Paulo e fui trabalhar no Hospital Beneficência Portuguesa, na UTI cardiológica. Trabalhei 9 meses lá, e em 1990 passei em um concurso da prefeitura de São Paulo, onde permaneço até hoje. Na prefeitura, passei por várias áreas: primeiro fui para a área hospitalar, depois passei para a psiquiatria e trabalhei na implantação do programa de saúde da família em São Paulo. Depois disso fui para o SAMU da capital, onde trabalhei na parte administrativa. No SAMU comecei na área de Recursos Humanos, onde cuidei da parte de educação continuada dos profissionais do serviço de forma geral, não apenas os da enfermagem. Paralelamente a tudo isso, trabalhei em outros hospitais, como o HCor, na UTI cardiológica.
E sua experiência no Coren-SP?
No Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo eu fui conselheiro em duas gestões: primeiro, na gestão presidida pelo professor Mauro Antônio Pires Dias da Silva (2012-2014) e depois na gestão da presidente Fabíola Campos (2015-2017), onde fui membro da diretoria do conselho como primeiro-tesoureiro.
Atualmente ocupo o cargo de gestor técnico de área de conciliação no Coren-SP, unindo minha formação em direito (me formei em direito em 2011) com minha formação em enfermagem.
O que é enfermagem para você?
Enfermagem para mim é cuidar, é assistir, nos modelos de prevenção, cura e promoção de saúde, assistindo à coletividade e à pessoa dentro do cuidar e do assistir.
Vejo que a enfermagem é uma profissão em ampla expansão. Temos um crescimento de 5% em média todos os anos na quantidade de profissionais em nosso país. É uma profissão que tem campo já reconhecido, não obstante a formação deixe ainda a desejar, devido por exemplo ao EaD e ao comprometimento de muitas escolas.
Nós, profissionais, temos que buscar ainda mais reconhecimento em meio à sociedade e a criação de melhores políticas públicas voltadas à nossa profissão.
Qual a importância do trabalho realizado pelo FCAFS e da união das diversas profissões da área da saúde?
Nós temos interesses em comum e são esses interesses em comum que precisam ser debatidos e firmados frente as diferentes políticas de saúde. Porque nós estamos para defender a sociedade para uma assistência segura e digna e por vezes isso não é contemplado nas políticas e quando é contemplado nas políticas, a prática muitas vezes é divergente disso. O fórum dos conselhos tem uma missão muito importante nessa representação política e São Paulo deve ser a vanguarda disso.
Nosso primeiro contato com o FCAFS foi em 2013 e atualmente vemos o quanto ele evoluiu de lá para cá. Atualmente o trabalho do fórum é muito mais estruturado, contando com regimento próprio e ver essa evolução tem sido gratificante, assim como a participação da nossa atual representante, a professora Heloisa Ciqueto. Oxalá a ideia do FCAFS seja difundida para todos os estados do nosso país, para que a área da saúde se faça representar com cada vez mais visibilidade.
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