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FCAFS-SP entrevista o Dr. Marco Antônio Manfredini do CROSP

Atualizado: 30 de out. de 2024

FCAFS - Entrevista com o Dr. Manfredini


INTRODUÇÃO E ENVOLVIMENTO


Como você se envolveu com o FCAFS?


M: Bom, eu me envolvi com o FCAFS, por volta do ano de 2010.

Na realidade, eu fui indicado naquele momento pela presidência do CROSP para fazer

parte da equipe que estava coordenando o FCAFS. Entrei como suplente de outra

representante e comecei a participar.


Pode nos contar um pouco sobre o processo de entrada no fórum?


M: Esse processo de entrada no fórum foi muito positivo, porque na realidade, ele

viabilizou um entendimento melhor sobre o funcionamento do fórum e também

possibilitou a gente pensar em ações políticas mais estratégicas.


Qual foi sua motivação para se juntar ao FCAFS?


M: Porque entendia que era muito importante a união entre os conselhos profissionais

da área da saúde aqui no estado de São Paulo, a fim de que eles pudessem levar

espaços de debates democráticos e, também, pensar em ações conjuntas de atuação

que envolvessem vários conselhos profissionais.


O que o inspirou a participar das atividades do fórum?


M: Ao começar a frequentar a reunião do fórum, percebi a potencialidade que esse

instrumento poderia ter no fortalecimento não só dos conselhos, mas das lutas

possíveis a serem desenvolvidas pelo conjunto dos conselhos.


HISTÓRIA E MEMÓRIAS


Pode nos contar um pouco sobre a história do FCAFS?


M: Na verdade, assim, minha participação no FCAFS se dá a partir de 2012.


Como e quando o fórum foi fundado?


M:Então eu não tenho informações anteriores ao que estava sendo feito.

Então essa pergunta vai ficar um pouquinho prejudicada.


Quais são algumas das suas memórias mais marcantes durante o tempo que esteve

no FCAFS?


M: Bom, eu acho que foi muito importante o fato da gente ter constituído reuniões

mensais e garantir uma periodicidade para o fórum do FCAFS.

Outra questão importante foi trabalhar esse tempo todo com uma alternância de

gestões feitas pelos vários conselhos, porque acho que essa medida é positiva e

possibilita uma troca melhor. Também, por outro lado, evita o continuísmo de um

determinado conselho na condução do fórum.


Algum evento ou situação que se destaca para você?


M: Eu entendo que uma das principais razões que o FCAFS adotou, foi a luta contra a

Educação à Distância (EaD).

Nós fizemos vários eventos aqui em São Paulo, participamos de audiências públicas

em Brasília. E, na realidade, esse processo pôde ser desenvolvido com uma forma

mais ampla.


Quem foram algumas das figuras-chave na formação e desenvolvimento do FCAFS?


M: Eu acho que todas as pessoas que exerceram as funções de coordenação foram

pessoas chaves na formação e desenvolvimento do órgão. Prefiro não declinar o

nome de ninguém, até porque eu acho que isso foi um esforço coletivo.


Existem pessoas específicas que tiveram um impacto significativo no fórum?


M: Sim! Essas pessoas que eram vinculadas aos conselhos, que atribuíam valor e

uma importância ao fórum, elas tinham uma capacidade de intervenção muito maior do

que pessoas que apresentavam conselhos que não priorizavam tanto a atuação dentro

do fórum.


IMPORTÂNCIA E IMPACTO


Qual é a importância do FCAFS para os profissionais da saúde em São

Paulo?


M: A importância do FCAFS é enorme, até porque nós temos hoje aqui, no estado de

São Paulo, pelo menos mais de um milhão e meio de profissionais do lado da saúde,

regularmente inscritos nos conselhos existentes.

E é muito importante que esses profissionais possam desenvolver a sua prática

profissional baseando-se num pilar de prática dos conselhos, que é a defesa da ética.


Como o fórum beneficia a comunidade de saúde e a sociedade em geral?


M: Quanto mais o FCAFS for atuante, nós esperamos que os profissionais de saúde

em São Paulo sejam mais cumpridores das exigências éticas. Conforme beneficia a

comunidade de saúde e a sociedade em geral, ao fazer uma articulação de ações que

visa a expansão das ações do conselho. Também, por outro lado, o fortalecimento

dessas ações na sociedade, isso beneficia o conjunto dos trabalhadores e da

sociedade em geral.

Até porque uma preocupação que o FCAFS sempre teve foi zelar pela defesa dos

direitos da população e que, na realidade, é essa a razão de ser também dos

Conselhos.


Quais foram algumas das principais realizações do FCAFS durante o seu tempo

como membro?


M: Eu classifico a luta contra a EaD. Quero pontuar vários debates políticos

importantes que foram feitos pelo FCAFS, como por exemplo, debates sobre

financiamento da saúde e com candidatos ao governo, o que eu acho que contribuiu

para o enriquecimento do FCAFS.


Pode destacar alguns projetos ou iniciativas que tiveram um grande impacto?


M: Eu creio que o que teve maior impacto foi a questão da luta contra a EaD nas

profissões da área da saúde, que se constituem, inclusive, num instrumento

importante na defesa dos interesses da sociedade.


Como o FCAFS ajudou a melhorar a colaboração entre os diferentes conselhos de

saúde?


M: Tivemos uma dificuldade, porque na realidade, o fortalecimento do FCAFS não

significou, obrigatoriamente, melhoria da colaboração entre os conselhos de saúde. Na

realidade, a gente enfrentou uma grande dispersão e falta de um projeto conjunto para

ser composto de tal forma a melhorar a colaboração entre os conselhos de saúde.


Existem exemplos específicos de como essa colaboração se manifestou em ações

concretas?


M: Posso dar um exemplo do que foi feito em conjunto com o Conselho Regional de

Farmácia e o CROSP, de orientações sobre antibioticoterapia voltada à saúde bucal.


MUDANÇAS E EVOLUÇÃO


Como você viu o FCAFS evoluir ao longo dos anos?


M: O FCAFS tem uma história de momentos em que têm maiores participações e

momentos que têm menores participação. Entendo que isso ocorre, efetivamente, no

perfil dos conselhos profissionais. Quando temos uma diretoria de conselhos atuantes,

evolvidas no processo de funcionamento do FCAFS, as ações são muito mais amplas.

Quando temos diretorias que não priorizam o trabalho do FCAFS, ai sentimos esse

abandono e a pouca capacidade do FCAFS de intervir nas políticas públicas.


Quais foram algumas das mudanças mais significativas que ocorreram?


M: Eu julgo que ocorreu um fortalecimento da adesão dos conselhos ao FCAFS, mas

por outro lado essa adesão é muito desigual.


Quais são as diferenças entre o FCAFS no início e como ele está atualmente?


M: Tivemos, a partir da gestão do professor Valdecir, do Conselho Regional de

Educação Física à época, uma maior preocupação em relação à organização do

FCAFS. Isso melhorou muito a capacidade de atuação do FCAFS até hoje.


Você pode comparar a estrutura, objetivos ou estratégias?


M: A questão da estrutura teve sim um incremento grande, agora o objetivo e a estratégia

depende muito da composição dos conselhos e das prioridades atribuídas.


DESAFIOS E APRENDIZADOS


Quais foram alguns dos maiores desafios enfrentados pelo FCAFS?


M: Creio que foi o abandono do CREMESP, deixou a participação dentro do fórum de

conselhos e atividades FCAFS, se desgarrando de um processo que vinha sendo

conduzido há vários anos, e até hoje esses desafios não foram superados. Muito

embora, para quem achava que se a medicina saísse do FCAFS, este terminaria. Mas,

pelo contrário, a gente nota que o FCAFS hoje, está mais forte do que no tempo que

estava com o CREMESP.


Quais lições valiosas você aprendeu durante seu tempo no FCAFS?


M: As principais lições que aprendemos é ter uma visão da importância da

multiprofissionalidade da área da saúde.


Alguma experiência específica que moldou sua perspectiva?


M: Eu acho que os movimentos que o FCAFS realizou, em especial, com mobilizações

mais gerais da área da saúde, superando a pauta individual de cada conselho, foram

momentos que devem ser realçados. Até porque, o FCAFS não é apena a soma de

vários conselhos, mas o espaço onde a soma desses conselhos fortalece essa

atuação em conjunto.


FUTURO E RECOMENDAÇÕES


Qual é a sua visão para o futuro do FCAFS?


M: Acho que o futuro do FCAFS depende fundamentalmente do perfil dos conselhos

profissionais aqui no estado de São Paulo. Grande parte desses conselhos embarcou

numa linha de natureza muito conservadora, afastada das lutas sociais, afastada da

construção do SUS e que, na realidade, entendo que se não trazer para dentro do

FCAFS os debates que dizem respeito à sociedade como um todo, a tendência é o

FCAFS mantenha um processo de isolamento.


Que conselho você daria aos novos membros do FCAFS?


M: Que participem plenamente, que se envolvam com esse trabalho e que

reconheçam que quando se juntam vários atores, a força de atuação é bem maior.


Existe algo que você gostaria que eles soubessem ao entrar?


M: Acho que seria importante para cada pessoa que entrasse no FCAFS, que

recebesse algum tipo de publicação que pudesse resgatar a história do FCAFS, até

porque a gente nota, também, que muitos conselhos enviam pessoas para a estrutura

do FCAFS, as quais, na realidade, não têm nenhum conhecimento anterior.


Você tem alguma recomendação para melhorar ainda mais o FCAFS?


M: Acredito que passa pelo fortalecimento e a política de instituir os grupos de

trabalho, poie ela contribui para um processo de trabalho em rede, muito mais amplo

do que só a participação dos conselhos na coordenação do fórum. Acho que cada vez

mais o FCAFS tenha dentro dessa linha do fortalecimento, a busca de ações

coletivas, a realização de debates de congressos.

Para a realização de eventos, acredito que temos que ser mais proativos em levar o

que é o FCAFS para o setor saúde como todo, estabelecendo essa relação para esse

um milhão e meio de profissionais que atuam na área de saúde no estado. Também

com a importância da interação com outros atores sociais, governos e usuários, para

que haja, realmente, a veiculação e o cumprimento das exigências e propostas que o

FCAFS apresenta.

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